Total de visualizações de página

sábado, 6 de agosto de 2011

Para que Sto. Tomás escreveu a Suma Teológica?

Pe. João Paulo dos Santos Silva

É surpreendente para aquele que inicia a Obra de São Tomás, ler o Prólogo da Suma Teológica e escutar da boca do próprio Doutor Angélico a finalidade a que se propôs escrevê-la: “expor o que se refere à religião cristã do modo mais apropriado à formação dos iniciantes”. Portanto, o grande santo se preocupa com aqueles que ainda não são completamente iniciados na Ciência Teológica e procura dar uma boa “introdução” à salutar doutrina.
O que levou Tomás a se preocupar de tal modo a querer elaborar tão sistematicamente a Obra em questão? Percebemos ao continuar a leitura do Prólogo. O motivo principal é um: a grande dificuldade dos noviços diante dos escritos de muitos autores. Essa dificuldade em relação aos autores pode ter três causas. Primeira, pela acumulação de artigos, questões e argumentos inúteis; segunda, porque aquilo que é necessário saber, não é exposto consoante à ordem própria da disciplina, mas ao que pede as explicações dos livros e das disputas; terceira, pela repetição dos mesmos temas, gerando cansaço e confusão aos ouvintes.
Que diria Tomás hoje, na contemporaneidade teológica? Parece faltar àqueles que levam o título de “teólogos”, mais do que nunca, esse mesmo espírito ordenado. Quanto àqueles que se iniciam na teologia, falta-lhes muitas vezes um “mestre” que os possa guiar com segurança pelo bom caminho do método correto, perpassando as várias áreas do saber teológico, até conseguir formar em sua mente e coração uma harmoniosa síntese teológica. Muitos louvam divagações inúteis, enquanto falta-nos a precisão, clareza lógica e teológica que superabundou em Tomás.
Nosso Círculo Tomista quer tentar resgatar entre os estudantes e entre aqueles que tiverem boa disposição de espírito, o propósito que moveu o Doutor Angélico; notadamente, o de uma teologia clara e sucinta, capaz de oferecer aos iniciantes e aos adiantados um fundamento firme e sólido da verdade, que não é derrubado pelo primeiro vento (Mt. 7,25).